Saúde e Bem-Estar

Agência RBS, com Itamar Melo

História de brasileiro com doença genética rara que viajou pelo mundo vira filme

Agência RBS, com Itamar Melo
16/07/2019 08:00
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O engenheiro cartógrafo Giovane de Sena Brisotto mostra no filme sua rotina com a doença, que o vitimou. Foto: Reprodução Facebook.

Em dezembro de 2014, à espera de um transplante de fígado, o engenheiro cartógrafo Giovane de Sena Brisotto, então com 28 anos, deixou Erechim, no interior gaúcho, para uma viagem de mais de 50 mil quilômetros ao redor do mundo. Nessa jornada, percorreria países como Marrocos, Grécia, Egito, Omã, Índia, Nepal, China e Japão.
Portador de uma doença genética degenerativa e sem cura, estava acompanhado por uma equipe de filmagem, que registraria seus passos. O gaúcho era o protagonista do filme O Sentido da Vida, do diretor português Miguel Gonçalves Mendes.

A enfermidade em questão atende por vários nomes. No passado, era chamada de doença dos pezinhos. A partir da década de 1950, começou a ser conhecida como doença de Corino de Andrade, em referência ao neurologista português que a descreveu. Hoje, são mais usuais as designações polineuropatia amiloidótica familiar (PAF) e paramiloidose.

É um mal que surgiu no século 12, no norte de Portugal, a partir da mutação de um gene. Espalhou-se pelo mundo com as navegações, o colonialismo e a imigração.
Está presente principalmente em regiões por onde os lusitanos andaram, com destaque para o Brasil. No Rio Grande do Sul, uma das cidades com mais incidência é Rio Grande, onde Giovane nasceu.

O filho de uma pessoa com PAF tem 50% de chances de herdar a mutação. Por isso, a doença castiga famílias, de forma avassaladora e dolorosa, geração após geração. Os primeiros sintomas costumam aparecer por volta dos 30 anos, com sobrevida de cerca de uma década.

A partir dos anos 1990, começaram a ser realizados transplantes hepáticos, como aquele que Giovane esperava ao partir em viagem, para prolongar a vida dos doentes. A equipe de O Sentido da Vida acompanhava o gaúcho com a ideia de conduzir um portador da PAF pelos lugares do planeta por onde os portugueses espalharam o gene alterado.
Atualmente em fase de finalização, o filme tem chamado a atenção para a paramiloidose, que vive um momento único, com novos tratamentos que podem transformá-la em uma doença crônica, a exemplo do que aconteceu com a aids.
A equipe de O Sentido da Vida acompanhava o gaúcho com a ideia de conduzir um portador da PAF pelos lugares do planeta por onde os portugueses espalharam o gene alterado. Foto: Reprodução Facebook.
A equipe de O Sentido da Vida acompanhava o gaúcho com a ideia de conduzir um portador da PAF pelos lugares do planeta por onde os portugueses espalharam o gene alterado. Foto: Reprodução Facebook.
Na família de Giovane foram muitas vítimas, pelo lado materno, de origem lusa. A mãe, Iolanda, começou a apresentar os primeiros sinais aos 40 anos e morreu aos 49, em 2001. Deixou quatro filhos. Além de Giovane, há Geison, 31 anos, Daniele, 34, e Daiane, 36.

Até Iolanda, apesar dos casos sucessivos, o clã sabia que havia algo errado, mas desconhecia a causa. Depois da morte dela, com diagnóstico de PAF confirmado por biópsia, Daiane começou a investigar e descobriu que o Hospital de Clínicas de Porto Alegre fazia testes que permitiam saber se uma pessoa portava a mutação.

Os quatro irmãos viajaram à capital e submeteram-se ao exame, por volta de 2006. Daniele e Daiane estavam a salvo. Giovane e Geison portavam a mutação. Isso significava uma chance próxima a 90% de desenvolver paramiloidose.
“Quando eu soube que existia esse exame, fui atrás disso, porque era a mais velha. Queria saber antes de ter algum sintoma. O resultado foi uma surpresa, porque na família todos os casos que a gente conhecia eram de mulheres. Não imaginamos que seriam eles dois”, conta a engenheira civil Daiane.

O sonho de dar uma volta pelo planeta

No Revéillon de 2012, no litoral, alguma coisa mudou na forma de Giovane caminhar. Eram os primeiros sintomas da PAF, que em geral começa por dor e perda de sensibilidade nos pés e depois vai afetando progressivamente outros tecidos e órgãos. Giovane entrou na fila do transplante.
A PAF faz o organismo produzir uma proteína instável que é responsável pelos danos. Como essa proteína é produzida predominantemente pelo fígado, a troca do órgão tem potencial para retardar o avanço do doença.
Tentando ajudar os irmãos, Daniele, que é médica, soube de um congresso sobre a PAF que ocorreria no Rio de Janeiro e foi até lá em busca de respostas. Conheceu uma especialista, Márcia Waddington Cruz, e marcou consulta com Geison e Giovane.
Na mesma época, Miguel Gonçalves Mendes estava em contato com Márcia, à procura do protagonista perfeito para seu filme, que vinha tendo dificuldade para achar. A profissional sugeriu os irmãos gaúchos.

O diretor de cinema propôs fazer uma entrevista por Skype. Geison não quis participar do casting. Giovane topou. Na conversa, Miguel não contou que a ideia era viajar pelo mundo, mas perguntou que sonho o rapaz gostaria de realizar, se soubesse que estava para morrer. Viajar pelo mundo, respondeu Giovane.

O diretor percebeu que havia encontrado seu protagonista. Quando soube da volta ao mundo, o jovem ficou em dúvida, por temer complicações da doença e por causa do transplante, mas consultou os médicos e eles deram sinal verde. Seriam apenas seis meses fora.
Daiane viajaria junto, para haver suporte familiar durante a aventura. O ponto de partida foi Portugal, onde Giovane visitou a região em que surgiu a mutação, conheceu outros portadores e teve contato com especialistas. A equipe do filme obteve no país uma recém-lançada medicação contra a PAF, que ainda não estava disponível no Brasil.
O gaúcho tomou o remédio por quase um ano, mas não sentiu efeitos – talvez porque a PAF já estivesse avançada. Em Roterdã, o grupo pegou um navio que parou em Espanha, Marrocos, Malta e Grécia, rumo à Península Arábica e à Índia.
A ideia era que a viagem fosse toda por via terrestre ou navegação, como no tempo da expansão portuguesa. A Índia foi atravessada de sul a norte. No Nepal, Giovane subiu ao teto do mundo, o Himalaia. Também pegou uma infecção estomacal que o manteve hospitalizado durante 15 dias.
O episódio abalou sua convicção, e ele chegou a cogitar a volta ao Brasil. No fim, decidiu encurtar a viagem, indo apenas para China e Japão e fazendo trajetos aéreos. Em território japonês, esteve em uma região onde a presença portuguesa foi forte, deixando como herança a PAF. Conheceu uma jovem portadora do mal,com quem conversou por meio de um aplicativo de tradução.
“Foi um dos casos mais interessantes, porque no Japão a doença é muito estigmatizada. Lá, as famílias que têm a doença não querem que os outros saibam e tentam esconder o familiar. A viagem foi uma experiência marcante. Giovane conheceu outras culturas e pessoas que também tinham a doença, o que fez ele ver que não estava sozinho, que do outro lado do mundo havia gente em situação igual”, conta a irmã.

TRANSPLANTE PODERIA PROLONGAR A VIDA

Em fevereiro de 2015, surgiu um fígado para transplante. Giovane era o primeiro da fila, mas estava na Índia. O órgão foi transplantado em Geison. Antes de retornar ao Brasil, o viajante ainda decidiu seguir até os EUA. O plano original era continuar até a Patagônia, mas ele resolveu retornar para se preservar e fazer a cirurgia.
“Não sei se algo mudou em mim nessa viagem. Também não sei por que tinha de mudar. Sei que ficam as memórias e muitas histórias para contar. Agora é seguir em frente e esperar que tudo dê certo. Enquanto estamos vivos, é o que nos resta. Seguir em frente”, diz Giovane, em uma cena gravada para O Sentido da Vida.
O transplante ocorreu em setembro, em Passo Fundo. Em 2017, já com o novo órgão, ele embarcaria para Portugal mais uma vez, de novo com Daiane, para gravar as cenas finais do filme, em Viana do Castelo. Também começou uma nova faculdade, de Engenharia Civil.

A principal dificuldade após o transplante foi a queda na imunidade, provocada pelos medicamentos contra a rejeição, o que fez Giovane sofrer várias infecções. Não resistiu a uma delas e morreu em fevereiro do ano passado, aos 29 anos.

Em entrevista recente ao podcast português A Beleza das Pequenas Coisas, o diretor Miguel Gonçalves Mendes evocou seu protagonista:

“Quando fui ao enterro do Giovane, o irmão dele estava a dizer que ele tinha voltado outra pessoa, nova, mais leve, mais alegre. A minha relação com ele era muito próxima. São coisas privadas, não no sentido de segredo, mas no sentido emocional. Ele era rabugento e eu também sou. Ele tinha um sorriso lindo. Foi uma das razões de o ter escolhido para o filme. Foi o sorriso e o olhar. Era um olhar que sabia que estava fadado ao destino que viria a acontecer. Esse olhar mudou com a viagem, mas voltou a ficar igual, porque ele sabia que ia morrer. O que posso dizer é que o Giovane morreu e que eu levei muito tempo para me recuperar da morte dele. Porque ele era mesmo meu amigo”.

Daiane tornou-se amiga de Miguel e hospedou-se na casa dele no fim do ano,em viagem a Portugal. Ele permitiu-lhe assistir aos primeiros 40 minutos do filme.
“Foi um pouco triste e ao mesmo tempo emocionante assistir a tudo aquilo que Giovane viveu. Fica aquele sentimento bom de ver a felicidade dele, mas depois acabou acontecendo o que aconteceu. Foi traumático, porque por mais que soubéssemos da doença… A gente podia imaginar que ele não fosse viver muitos anos, mas não esperava que fosse acontecer, porque ele estava bem. O filme traz algum conforto porque ficaram eternizados os momentos que ele passou, momentos felizes”, relata a irmã.
Daiane está ansiosa pela finalização e estreia do filme, porque acredita que ele vai gerar um impacto em relação à PAF, uma doença ainda pouco conhecida. Durante as filmagens, quando Giovane escreveu relatos para a internet, várias pessoas que tinham os sintomas entraram em contato.
Algumas tinham medo de fazer o diagnóstico, e encontraram no gaúcho forças para investigar e tratar o mal. Daiane espera que esse efeito possa se multiplicar e que O Sentido da Vida se torne uma espécie de legado do irmão:
“Acho que o filme será uma lição de vida. Vimos várias pessoas da nossa família falecerem, como nossa mãe. O Giovane sabia talvez o que esperava por ele. Mesmo assim, tentou viver a vida o melhor que ele podia. Nunca reclamou de doença, de dor. É muito ruim quando a pessoa começa a ter os sintomas, mas ele nunca reclamou. Uma prima de Giovane morreu recentemente em consequência da PAF. Geison continua bem.”

NOVAS ESPERANÇAS PARA QUEM TEM PAF

Uma revolução nos tratamentos permite que portadores de paramiloidose possam, finalmente, olhar para o futuro com otimismo. Nesta década, foram desenvolvidas três medicações que prometem barrar o avanço da doença, uma delas incluída em 2018 na lista do SUS.

“Os medicamentos mudam de forma radical as perspectivas do portador, retardando a taxa de progressão e normalizando a expectativa de vida. A PAF não tem cura, mas se torna tolerável, quiçá assintomática.Vamos ver com o passar do tempo”, afirma um dos maiores especialistas do país, o neurologista Fernando Naylor, do setor de doenças neuromusculares da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Naylor explica que os portadores da doença têm uma mutação que altera uma proteína chamada transtirretina (TTR).A TTR alterada se quebra e se deposita na forma de pequenas fibras em diferentes nervos e tecidos do organismo, de forma cumulativa.
Os danos vão aparecendo de forma progressiva. Os primeiros sintomas costumam se manifestar nos pés: dores intensas e perda de sensibilidade à temperatura, por exemplo. Também no início, é comum haver constipação, diarreia ou alternância dos dois.
A doença tem como um dos tratamentos o transplante de fígado. Foto: Reprodução Facebook.
A doença tem como um dos tratamentos o transplante de fígado. Foto: Reprodução Facebook.
Com a evolução da doença, os nervos vão perdendo as funções motoras e de sensibilidade. Órgãos como os rins e o coração ficam comprometidos.
No começo dos anos 1990,surgiu a primeira grande novidade contra a PAF. Como a TTR é produzida principalmente no fígado, médicos da Suécia tiveram a ideia de trocar o órgão por meio de um transplante.

“A expectativa de vida de um paciente com PAF é em torno de 12 anos, sendo generoso. Com o transplante, ela pode viver décadas. Deu certo, é um procedimento eficaz. Mas existem inconvenientes: tem a fila de transplante, tem uma taxa de mortalidade, e o paciente fica pelo resto da vida dependente de imunossupressores. Qualquer gripe pode ser letal, porque ele está imunodeprimido”, afirma Naylor.

As novas medicações podem restringir o transplante a caso especiais. A mais antiga delas é o Tafamidis, aprovada no final de 2011 na Europa e em 2016 no Brasil. Esse medicamento estabiliza a TTR, impedindo-a de se quebrar. Mais recentemente, apareceram no exterior o Inotersen e o Patisiran, que funcionam de outro jeito: impedem a TTR de ser produzida.

UMA FAMÍLIA ASSOMBRADA POR MORTES PRECOCES E SOFRIDAS

Uma das pessoas já beneficiadas é o técnico em eletrônica Fabio Figueiredo de Almeida, 43 anos, presidente da Associação Brasileira de Paramiloidose (Abpar). Na família dele, a doença deixou um rastro trágico. O trisavô veio de Portugal no final do século 19 e teve 10 filhos, cinco dos quais desenvolveram a PAF, incluindo a bisavó de Fabio. Depois foi a vez do avô e do pai.

“Até a geração do meu pai, todas as pessoas que tiveram a doença na minha família morreram em decorrência dela.O pai faleceu com 46 anos. Na época em que apareceram os sintomas, final dos anos 1980, não tinha saída. Quando começaram a fazer transplantes, ele já estava em cadeira de rodas”, relata Fabio.

Os parentes viviam sob a perspectiva aterrorizante de, um dia, descobrirem que eram portadores. Quando o pai morreu, em 1999, Fabio tinha 22 anos e sabia dos riscos:
“A família tinha medo de falar do assunto. Quando alguém ficava doente, normalmente não se visitava mais essa pessoa. Era terrível, porque se sabia que era uma sentença de morte”, diz ele.
Os primeiros sintomas de Fabio, dores nas pernas, apareceram aos 36 anos.Viveu o dilema do transplante, mas afastou a hipótese porque dois parentes haviam morrido no procedimento. A salvação foi o Tafamidis, que ainda não existia no Brasil, mas que Fabio obteve junto ao Ministério da Saúde por determinação judicial.Usou o remédio por dois anos, mas as dificuldades de acesso levaram-no a entrar nos testes clínicos de uma das duas novas drogas.
“Houve períodos em que fiquei sem tratamento, o que teve impactos irreversíveis. Apesar de toda essa jornada,vivo dentro da normalidade. A PAF deixou de ser uma sentença de morte”, diz Fabio, que, à frente da Abpar, trabalhou para que o Tafamidis entrasse na lista do SUS e também busca conscientizar pessoas com casos na família a buscar aconselhamento genético e diagnóstico precoce, o que pode fazer toda a diferença em um eventual tratamento.

POLINEUROPATIA AMILOIDÓTICA FAMILIAR

A PAF é uma doença genética rara associada a uma mutação da proteína transtirretina (TTR), que tem 95% de sua produção concentrada no fígado. A mutação torna a proteína instável. Por isso, quando circula no sangue, a TTR pode quebrar-se, enovelar-se sobre si mesma, degenerar-se e depositar-se na forma de fibrilas (pequenas fibras) chamadas amiloides em nervos e tecidos. As fibrilas vão se acumulando e danificando nervos e órgãos atingidos.
A ORIGEM E A HISTÓRIA
Decorre de uma mutação surgida por volta do século 12, no norte de Portugal, onde a incidência é de um caso para cada 1,1 mil pessoas. A doença espalhou-se no período da expansão marítima portuguesa e durante ondas migratórias posteriores.
Está presente em locais por onde os lusos andaram, com destaque para o Brasil, onde estima-se que existam mais de 5 mil portadores (mas apenas 500 pessoas diagnosticadas). Outras zonas, como a Suécia, tiveram mutação na mesma proteína, que também causa a PAF, às vezes com alguma diferença na manifestação e na evolução.
No Brasil, a maioria dos pacientes tem a PAF portuguesa, mas também há casos originários de uma alteração genética ocorrida na África.

A TRANSMISSÃO

Basta um dos pais ter a mutação para que o gene seja transferido aos filhos. A chance de isso ocorrer é de 50%. Quando uma pessoa é portadora, a possibilidade de que o gene venha a se expressar causando a doença é próxima dos 90%.

A MANIFESTAÇÃO

Os primeiros sinais aparecem entre os 25 e os 35 anos, no caso da PAF portuguesa. Mas podem surgir mais cedo ou bem mais tarde. Sem tratamento, a doença costuma levar à morte no prazo de uma década.

DIAGNÓSTICO

O diagnóstico precoce é muito importante, porque o transplante de fígado e as medicações existentes são eficazes nos estágios iniciais da doença. Hoje em dia existem testes genéticos que permitem identificar a mutação que provoca a PAF.
SINTOMAS
1. Polineuropatia periférica
Há um comprometimento dos nervos sensoriais e motores, primeiramente dos membros inferiores e depois dos membros superiores, com dores lancinantes e incapacitantes, queimação, picadas, choques, agulhadas, formigamentos, perda de sensibilidade (primeiramente à temperatura e depois à dor e vibratória). Em geral, esses sintomas começam nos pés, depois ocorre fraqueza muscular e atrofia nas pernas e por fim os braços são afetados, começando pela ponta dos dedos e subindo pelo resto do membro. A doença progride com déficit motor, fraqueza, arreflexia, atrofia muscular, paralisia e incapacidade de locomoção.
2. Polineuropatia autonômica
Outra frente de sintomas é o comprometimento dos nervos autonômicos, ou seja, do sistema nervoso que regula o funcionamento dos órgãos, com disfunções nos aparelhos gastrointestinal e urinário. Há ocorrências como tontura ou desmaio ao levantar, incapacidade de obter ou manter uma ereção, períodos de constipação que se alternam com diarreia, dificuldade para urinar ou segurar a urina, perda de peso não intencional, palpitações.
3. Comprometimento de órgãos
Os olhos podem ser afetados, com prejuízo à visão. O ritmo normal do coração se altera e, além das palpitações, o dano no órgão está associado a desmaios, tonturas, falta de ar, dor no peito, fadiga, edemas, paradas cardíacas e, mais tardiamente, problemas no bombeamento do sangue. Em estágios mais avançados da PAF, pode ocorrer insuficiência renal.
TRATAMENTO
Desde a década de 1990, transplantes hepáticos passaram a ser realizados para prolongar a vida dos doentes. Como a maior parte da TTR é produzida no fígado, a troca do órgão desacelera a progressão da PAF. Nos últimos anos, começaram a ser lançadas medicações que estabilizam a TTR ou interrompem sua produção, o que impede a doença de avançar, potencialmente oferecendo uma expectativa de vida normal ao portador. A maioria dos pacientes se beneficia.
Fontes: Associação Brasileira de Paramiloidose, neurologista Fernando Naylor (Unifesp) e
Pfizer.
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